sábado, 22 de dezembro de 2012

Ética e comportamentos pessoais

Num tempo em que se vivem tantas dificuldades, em que tantas vezes falta o norte, quando tudo pareçe virado do avesso, mais que nunca, os valores pessoais de cada um e em particular a ética pessoal e profissional, deveriam servir de guia aos comportamentos que exibimos, tornando-se força no contexto profissional e empresarial.

Seria de esperar, de acordo com o referido em muitos estudos, que as entidades e as pessoas éticamente mais correctas, observem um crescimento de procura em tempos de dificuldade, fruto da confiança que dão aos seus potenciais clientes ou empregadores.

Infelizmente constato que neste caso, como em tantos outros que conheço, o comportamento do mercado Português contraria as tendencias observadas na maioria dos países desenvolvidos.

Ou seja, também aqui, Portugal exibe um comportamento muito próximo de países de terceiro mundo.

Observamos numa parte substancial da população um comportamento mesquinho e desconfiado, típico de pessoas pouco instruidas.

Lamentavelmente tenho que reconhecer que a maioria das pessoas que tenho encontrado nos meus mais de 5 anos de empreendedorismo são oportunistas, egoistas, mercenárias, infiéis, e não reconhecem nem valorizam valores como a ética, a lealdade, a qualidade de serviço e atendimento, ou se preocupam com a sua honra e palavra.

São todos assim? Felizmente não. Também encontrei pessoas boas.

Mas a estratégia de um negócio, as práticas de gestão e o seu posicionamento não pode ser definido pelo comportamento de uma minoria, a menos que essa minoria em termos de consumidores representasse um nicho com dimensão e densidade suficiente para sustentar um negócio que lhe seja dirigido.

Com tudo o que se tem vindo a passar em Portugal, o que tenho observado é o desmoronar de muitas relações de consumo, de relações empresariais e de relações de trabalho.

Daí tenho que concluir que de facto Portugal é um mercado fértil para negocios oportunistas de ganhos rapidos, e de baixos investimentos, mas não apresenta condições (financeiras, legais ou humanas) favoráveis á construção de negócios mais estruturados.

Naturalmente quando escrevo os meus textos, há que enquadrá-los no contexto em que me insiro: serviços para o consumidor final.

Vejo-me portando neste momento com sentimentos mistos: desapontado pelas imensas decepções que sofri nestes anos, e feliz pelas agradáveis surpresas que tenho recebido.

Lamento apenas que essas agradáveis surpresas não sejam a regra, e não sejam suficientes para sustentar uma estratégia de negócio.

Quais as minhas escolhas para o futuro? Não deixarei de ser quem sou: crente que por natureza todas as pessoas são boas, e que apenas necessitam de um ambiente propicio para realizar o seu potencial e ser o melhor que puderem ser. Mas não consigo mais considerar que Portugal seja um bom mercado para fazer negócios estruturados, e de perspectiva de médio longo prazo.

No final, cada vez mais vinco nas minhas convicções as sábias palavras das minhas avós, cuja sabedoria popular aqui vos deixo:
  • os actos ficam com quem os pratica;
  • as palavras de nada valem, sem actos que as confirmem;
  • que as palavras que disseres sejam melhores que o teu silêncio;
  • aquilo que dermos aos outros, receberemos de volta por outra via.

No final, uma coisa hoje compreendo com muita clareza: educação e estudo claramente não são a mesma coisa. Não há títulos, berços de ouro, diplomas ou qualquer outra coisa que garanta uma boa educação. Uma boa educação apenas se obtém pelos ensinamentos que recebemos em casa dos nossos pais.

Tenho a dizer que Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer até se poder dizer que têm um povo com um nível de educação de primeiro mundo.

Apesar de Portugal hoje ser um país membro da união europeia, há que considerar que em termos de investimentos no sector do consumo, Portugal ainda apresenta comportamentos de um país em vias de desenvolvimento.

3 comentários:

  1. "Parabéns pelo site, ficou muito bom, trabalho na área de franquias de reparos e reformas e sempre que posso vou visitar o seu site para ver se encontro alguma novidade, abs

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  2. Boa tarde
    Parabens pelo blog e pelos excelentes posts com boas dicas que ja me ajudaram.
    Trabalho neste momento para a Regus e gostava de poder contribuir com um ou outro post com umas dicas que me ajudaram quando comecei.
    Muito obrigado e continuação de excelente trabalho

    Nuno Barradas

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    1. Caro Nuno, terei o maior prazer em publicar os eventuais contributos que nos envie. Farei naturalmente a sua revisão para assegurar que se enquadram nos objectivos e espirito do bolg, mas creio que todas as experiencias adicionais que se possam somar às minhoas só ajudarão a que novos empreendedores façam escolhas mais conscientes.

      Envie para angatu.guarini@gmail.com

      Atentamente.

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